De 27 de junho à 4 de julho em São Paulo e e de 6 à 7 de Junho no Rio de Janeiro, o Brasil recebe um dos maiores festivais de jogos independentes no mundo. Com 692 jogos de de 43 países, o Brazil's Independent Game Festival é o 3º maior premio de jogos independentes do mundo. Além dos jogos finalistas em exposição, o evento contou também com o “Business Forum”, um espaço com palestras voltadas principalmente aos desenvolvedores de jogos.
A primeira delas, no dia 1o de Julho, foi o Bate Papo com os finalistas na categoria de “Melhor Game”. Durante quase uma hora de conversa lá estavam Fernando Paulo (criador de Treeker e Os Óculos Perdidos), Jarrett Slavin (diretor criativo de Mekazoo), Karol Zajaczkowski ( gerente de marketing de This War of Mine), Leonard Carpentier (produtor de Event [0]) e Luke Whittaker (Diretor de arte e animador de Lumino City) para falar de seus jogos, moderados por André Asai (Spin), Marcos Gonçalves e Reinaldo Ramos (IGDA).
A conversa começou com uma pergunta sobre a motivação de cada um para se tornar um desenvolvedor independente, “amor aos games” e “ter liberdade” foram respostas unanimes. “Nos tornamos indies para sermos uma máquina própria, não uma parte de uma grande engrenagem”, disse Leonard.
Também foram questionados sobre a cena de games e cada um de seus países. Karol, que é Polonês disse que houve crescimento na cena como um todo, desde pequenos projetos à blockbusters, Leonard disse que na França há tradição na produção de jogos, muito por conta da Ubisoft, que gera empregos para estudantes na area e a bagagem para os que querem trabalhar independentemente. Luke, inglês, cita a inspiração em jogos classicos para novas criações, além de uma cena amigável onde compartilham ideias e não há sentimento de competição. Fernando explica que no Brasil há uma cena nova cujo crescimento se dá pela facilidade de se publicar um jogo, e que há games mais focados na cultura local. E por ultimo Jarrett conta que acontece uma cena grande nos EUA, com algumas cidades inteiras que “respiram” jogos pela quantidade de estúdios independentes.
Após o bate-papo, as palestras seguintes foram voltadas aos desenvolvedores, apresentando softwares (Unity 5, uma Engine, o motor gráfico de um game e Autodesk Maya 2016 usado para fazer modelos 3D) e uma entrevista com Jefferson Valadares, atual Vice-Presidente da Bandai Namco.
Logo após houve a apresentação do Game Doc dos jogos finalistas na categoria de Melhor Jogo. Game Design Document (ou GDD) é um documento descritivo do design de um jogo. Foram mostrados trailers, artes conceituais, muito foi contado sobre cada processo de criação. Pessoalmente me interessei bastante pelo de Lumino City, cujo cenário foi feito 100% na vida real, filmado com equipamento cinematográfico e depois transformado em jogo.
E a ultima palestra do dia foi o "SPIN Meet Up com Happy Break", que é um evento mensal voltado a troca de experiencias entre desenvolvedores de jogos independentes.
O balanço final do primeiro dia do BIG Festival foi bem positivo. Não houveram atrasos entre as palestras, a estrutura do evento é de primeira (por exemplo ao oferecer headsets com tradução simultânea para quando houvesse palestrante ou convidado estrangeiro falando), somente sendo levemente ofuscado por problemas em reprodução de videos, mas nada que prejudique muito a experiência.